segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

MEC discute detalhes finais da Base Nacional Comum Curricular

Da esquerda para a direita: Alessio Costa, Rossieli Soares, Maria Inês Fini, Mendonça Filho, Maria Helena Guimarães, Eduardo Deschamps, Maria Cecilia Motta, Denis Mizne e Manoel Palácios participam de seminário sobre a Base Nacional Comum Curricular, na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Crédito: Mariana Leal/MEC
      
     Na última quinta-feira (26/1), em evento sobre os avanços no processo de elaboração da terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Ministério da Educação (MEC) anunciou o cronograma do documento que vai definir os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para cada ano da Educação Básica. Nesta semana, o texto foi apresentado para o Conselho Nacional de Educação (CNE), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Ele tem recebido sugestões desses órgãos, de especialistas, associações científicas e professores universitários. A previsão é que essa etapa de leituras críticas seja encerrada até 15 de fevereiro e que a terceira – e última – versão do documento voltado à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental esteja concluída até março, quando o material deve ser entregue para o CNE.                      
   O documento ainda passará por cinco audiências públicas (uma em cada região do país).  “Só depois de reaberta a discussão com a sociedade é que será elaborado o parecer do Conselho, o que requer tempo. Até o final do ano, provavelmente o documento será aprovado pelo MEC”, prevê Alessio Costa, presidente da Undime. A construção das diretrizes para o Ensino Médio deve começar apenas após a aprovação da Medida Provisória (MP) 746, que reforma essa etapa de ensino.


                Primeira fase da implementação
  Kátia Smole, doutora em Educação e integrante do Movimento pela Base Nacional Comum, explica que, após a homologação do documento, a BNCC começa a valer. “Mas não dá para imaginar que ela é homologada em setembro, por exemplo, e já começa a ser aplicada nas escolas em fevereiro”, coloca. De acordo com ela, ainda será necessário um programa de implementação da Base. Esse período será dedicado a pensar políticas públicas que apoiem a consolidação do documento em conteúdos a serem ensinados pelos professores.
    Para o presidente da Undime, será preciso um amplo trabalho de formação para que as equipes técnicas consigam auxiliar no processo de reelaboração dos currículos com base nas definições da BNCC. “Por isso, acreditamos que precisa existir um trabalho articulado entre governo, municípios, estados e órgãos como Undime e Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed)”, analisa Alessio. “Dentro desse contexto, defendemos uma rede de formadores que possam ir até as cidades para dar orientações e apoiar a reformulação dos currículos locais, o que exige um conhecimento técnico e um processo participativo com a comunidade educadora”, diz.


Fonte: Revista Nova Escola

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Planejamento: dúvidas na volta à ativa após as férias



   Turma difícil? Série diferente? Aluno com deficiência? Especialistas respondem a essas e outras perguntas comuns antes do encontro com a garotada no início do ano letivo.   
    Depois de um bom tempo sem pensar nas questões relacionadas ao dia a dia da escola, a aproximação do retorno às aulas exige que o professor comece a se preparar. A rotina é parecida com a de anos anteriores: comparecer aos encontros pedagógicos, tomar conhecimento das suas turmas e, em seguida, planejar o ano letivo.    
   Esse processo todo pode parecer simples, mas não é. Antes que o ano se inicie, o docente deve investigar os conteúdos mais relevantes da série em que trabalhará, as necessidades de aprendizagem da turma e os desafios típicos da faixa etária de seus alunos. Nessa tarefa, vale recorrer à equipe da própria escola - gestores e colegas professores - e a outros materiais, como projetos e atividades do acervo da escola.               
  É normal surgirem dúvidas e problemas durante o planejamento e nas primeiras semanas de aula. Abaixo, respondemos a quatro delas
.Peguei uma turma considerada difícil por seus colegas. Como me preparo para encarar esse desafio?
   Em primeiro lugar, relativizando o conceito de difícil. O comportamento dos alunos depende de sua relação com eles e as impressões sobre a "dificuldade" das turmas são muito particulares. Não são raras as ocasiões em que classes consideradas difíceis por um professor se dão bem com outro. "Ao assumir um grupo novo, o educador não pode carregar preconceitos que surjam a partir de conversas com os colegas - apesar de essa troca ser importante", explica Adriana Ramos, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral das Universidades de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp).                                
    Nas conversas com os colegas, procure descobrir quais são especificamente os traços que tornam essa turma "difícil". Os problemas são relacionados a indisciplina, ao desempenho nas avaliações ou a qual outro fator? Caso o problema seja relacionado ao comportamento dos alunos (brigas constantes e divisão da sala em "panelinhas", por exemplo), planeje atividades que beneficiem a convivência, privilegiando o trabalho em grupos. Outra estratégia importante é a separação de um tempo semanal para discutir esses problemas, como as assembleias de classe.

Desconfio que minha turma ainda não tenha consolidados alguns conhecimentos de anos anteriores. O que devo fazer?

   Antes de tudo, certifique-se de sua impressão. Uma avaliação diagnóstica precisa é essencial para que o docente parta do que as crianças já sabem e não perca tempo voltando ao que eles já conhecem. Ao notar que a turma - como um todo - não atingiu as expectativas de aprendizagem de anos anteriores, é importante repensar o planejamento. Os conteúdos ainda não dominados pela turma devem ser retomados. "Os alunos não podem deixar de aprender e, se eles não foram assimilados no passado, é papel do professor que assumiu a turma ensinar", defende Débora Rana, formadora do Instituto Avisa Lá e coordenadora pedagógica da escola Projeto Vida, na capital paulista.

Darei aula em uma série diferente da qual estou acostumado. Como devo me preparar?

   Seu planejamento deve ser feito com ainda mais cuidado. Os primeiros passos são conhecer as expectativas de aprendizagem para a nova série, entender as características da faixa etária e se desprender da turma anterior. "O educador também precisa refletir sobre a maneira como sua experiência em uma série diferente pode ajudá-lo nesse novo desafio", defende Daniela Panutti, coordenadora pedagógica da Escola Vera Cruz, na capital paulista. Converse com colegas que já deram aula nessa turma e os antigos professores da turma que irá assumir. Eles podem lhe fornecer as informações necessárias para iniciar a esboçar um planejamento, já que conhecem as expectativas de aprendizagem para aquela série e também o ritmo de aprendizagem dos alunos.

 Sou novo na escola. Como posso me inteirar?

    Conhecer a nova instituição é o ponto mais importante. O professor novato precisa se informar sobre o perfil dos alunos, o projeto político-pedagógico e o regimento da instituição, por exemplo. Os primeiros meses serão de adaptação, em que o docente se desliga gradativamente da escola anterior. "Nesse momento, é preciso tomar cuidado para não fazer muitas comparações e querer transformar o novo colégio no antigo", explica Daniela Panutti. Por outro lado, o olhar estrangeiro pode ser benéfico para a nova instituição. "O novo docente enxerga aspectos que quem está acostumado à rotina escolar já não vê", defende a educadora.


Desconfio que um aluno possa ter uma deficiência intelectual. E agora?


  É preciso observá-lo mais atentamente, levantando os traços de comportamento que diferenciam essa criança e a maneira como eles afetam sua aprendizagem.

Com uma descrição detalhada e objetiva em mãos, deve-se recorrer à equipe gestora, que dará as orientações mais adequadas. É preciso que se discuta, nesse momento, quais as necessidades específicas daquele aluno. Há casos em que apenas um ajuste nas propostas de trabalho do professor já é suficiente para que ele acompanhe toda a turma. "Em outras situações, é necessário buscar o apoio da área de saúde e, quando houver um diagnóstico, o atendimento educacional especializado (AEE) pode ser importante", explica Daniela Alonso, especialista em Educação Inclusiva.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Conheça as dicas mais importantes para assegurar uma acolhida tranquila para crianças e suas famílias.



                                     
  A adaptação escolar não acontece apenas quando uma criança vai à creche ou à pré-escola pela primeira vez, mas sempre que se depara com uma nova etapa de ensino ou um novo ambiente, como uma mudança de escola ou de turma. 

  Se o novo gera insegurança e ansiedade em qualquer idade, na Educação Infantil, esse processo é ainda mais intenso. Saindo de suas zonas de conforto, os pequenos se veem em um ambiente coletivo com regras diferentes das de casa, são estimulados a participar de atividades incomuns ao seu dia a dia e passam a conviver com adultos e crianças inicialmente estranhos. 




  A adaptação é esse momento de transição em que a criança vai se habituando à nova rotina longe dos familiares que tem como referência. Dia após dia, ela vai criando um vínculo com os professores, coleguinhas e atividades, sentindo-se cada vez mais segura.
  Não existe um tempo determinado para essa transição. "Em geral, o período inicial da adaptação dura entre uma ou duas semanas, mas depende da criança, da família e de suas experiências anteriores relacionadas às separações que enfrentamos na vida", explica Cisele Ortiz, coordenadora do Instituto Avisa Lá, de São Paulo.




















Fonte: Revista Nova Escola

ANO NOVO, NOVA ESCOLA!

   É muito comum que a escola se concentre mais na recepção dos novos alunos do que dos novos professores. Mas, a verdade é que todos devem ser bem recebidos, pois farão parte de uma equipe que deve ser, antes de tudo, unida. Além disso, ser educado com os demais é uma função social básica para o bom convívio.                                                   

  Assim, direção e coordenação da escola, juntamente com os professores veteranos, podem se reunir para descobrirem formas prazerosas e divertidas para dar as boas vindas aos novatos. É muito importante que o professor recém-chegado se sinta a vontade no ambiente de trabalho futuro e, para isso, um único sorriso não basta.                                         
  Este é um assunto delicado para a maioria das escolas que se importa com a unidade. O fluxo de professores atrapalha a formação da identidade de uma equipe e, portanto, a rotatividade de profissionais não é bem vista pela direção.  Por outro lado, os novos alunos estão mais preocupados com as lembranças da antiga escola do que com a possibilidade de firmarem novas amizades e criarem novos laços.                                                                   
  Estão em sala de aula, mas com o pensamento na ex-professora ou no coleguinha que sentava ao lado. Por isso, a equipe escolar deve pensar em métodos que gerem conforto e familiarização nesses alunos. Pesquisando e pensando em maneiras para promover a integração da equipe antiga com a nova e dos alunos veteranos com os novatos, aponto a seguir abordagens que considerei eficazes.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

RÉVEILLON

             
    
    O Réveillon é a comemoração da passagem de ano do dia 31 de dezembro para o dia 01 de janeiro do ano seguinte. A palavra veio do francês e significa “despertar” ou “retomar”, em referência à nova etapa de uma vida que se inicia. Curiosamente, o termo era anteriormente empregado para nomear a noite da ceia de Natal e só posteriormente passou a designar a virada do ano.                                                                                     
   A festa de Ano Novo já é uma tradição no Brasil e em boa parte do mundo, assumindo, em muitos casos, um caráter religioso cristão. No entanto, a origem do Réveillon é muito anterior ao cristianismo, sendo geralmente atribuída à Mesopotâmia, em 2000 a.C., em uma comemoração a algo como o “Festival de Ano Novo”. Persas, fenícios, assírios e gregos, desde tempos remotos, também realizavam as suas celebrações de passagem de ano.                                                                                                
    Mas é claro que cada cultura e cada região, comemora a sua passagem à sua maneira e em datas específicas. Os chineses, por exemplo, marcam o seu ano novo ao final de janeiro ou no início de fevereiro, enquanto os judeus comemoram no que é, para nós, final de setembro ou início de outubro. Já para os muçulmanos a passagem de ano é celebrada no mês de maio.   
                                                                                                  
  No Brasil, assim como na maior parte dos países de tradição ocidental, o Réveillon é comemorado no dia 1º de janeiro. Isso resulta de uma decisão do calendário romano, por volta de 743 a.C, que foi mantida pelo calendário Juliano e preservada quando a Igreja Católica adotou oficialmente o calendário gregoriano já no século XVI.       
     
    Atualmente, o mais comum durante a comemoração do Ano Novo é o show de fogos de artifício, além das inúmeras tradições que variam de um país para outro. No Brasil, por exemplo, existem várias tradições herdadas das religiões de matriz africana e afro-brasileira, tais como o Candomblé e, principalmente, a Umbanda.   

    O culto à Iemanjá com oferendas ao mar é praticado até mesmo por pessoas que não fazem parte dessas religiões, tendo uma grande receptividade junto ao público católico. Outro hábito herdado dessas religiões é o ato de vestir-se de branco, uma superstição pela promoção da paz e, na origem, um hábito para reverenciar as cores do orixá Oxalá.Uma das mais famosas festas de fogos de artifício é a de Copacabana, no Rio de Janeiro.


  Para muitos, o Réveillon é um momento de renovação, de planejar ou de colocar em prática planos antigos. Assim, são várias as simpatias e superstições para que tudo ocorra bem, como comer lentilhas, pular sete ondas (o número sete também se relaciona a religiões e crenças), entre outros inúmeros hábitos. É claro que isso tudo se trata de simbolismos, sendo, portanto, práticas de manifestação cultural que revelam as relações de identidade das pessoas em relação à sociedade e ao espaço.