quinta-feira, 29 de setembro de 2016

29 de Setembro — Dia Mundial do Petróleo - Brasil exposto a crise





      O Dia Mundial do Petróleo – 29 de setembro – refere-se a um dos principais recursos naturais da atualidade, utilizado como matéria-prima de combustíveis e inúmeros produtos. 
      O dia 29 de setembro é destinado para a celebração do Dia Mundial do Petróleo, data que foi estabelecida tanto para destacar a importância e centralidade desse recurso natural para a sociedade global quanto para repensar e refletir acerca de suas formas de exploração e  uso.                                                                                                                     
    O Petróleo é um recurso natural não renovável, ou seja, com o tempo, ele poderá esgotar-se. Na verdade, o petróleo é até capaz de ser naturalmente renovado, mas não em tempo hábil para a utilização humana, uma vez que o seu processo de formação ocorre ao longo de milhares de anos e só acontece a partir de condições específicas durante a constituição das bacias sedimentares.                                                                                      
      Por causa disso, o Petróleo é reconhecido como um recurso de caráter estratégico, ou seja, a sua exploração e o seu domínio podem representar um ponto chave no desenvolvimento de uma região ou país, haja vista que a maior parte dos meios de transporte depende dos seus derivados, tais como a gasolina, o óleo diesel e outros. Além desses combustíveis, o petróleo também é utilizado na produção de plástico e de alguns tipos específicos de solventes e lubrificantes industriais. Esse recurso possui um caráter tão estratégico que, na década de 1970, foi o pivô de uma importante crise econômica, a “Crise do Petróleo”. Primeiramente, em 1973, a recém-fundada Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) resolveu elevar o preço do produto diante da descoberta de que se tratava de um recurso natural finito. Em 1979, houve o segundo choque do Petróleo, dessa vez com uma represália dos países do Oriente Médio – os principais produtores – diante do apoio dos países ocidentais a Israel na chamada Guerra do Yom Kippur.                                                     
    Com as sucessivas altas, o impacto na economia foi gravemente sentido em razão da elevada inflação gerada em vários produtos, principalmente naqueles que dependiam em muito dos meios de transporte.                                     
     Quimicamente falando, o petróleo é um hidrocarboneto, ou seja, um composto formado por moléculas de hidrogênio e carbono. É uma substância oleaginosa, de coloração escura e altamente inflamável que já foi usada até mesmo para embalsamar corpos de faraós no Egito antigo. Sua formação resulta do acúmulo de restos orgânicos de seres vivos em áreas onde há uma intensa deposição de sedimentos, geralmente o fundo dos oceanos, onde as camadas sedimentadas geram uma grande pressão e condições específicas para a formação do composto. Por isso, fala-se que o petróleo é um combustível fóssil, ou seja, de origem fóssil.                                                                                                                        
    Os maiores exportadores de petróleo são, respectivamente, Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes e o Kwait. Os maiores consumidores são Estados Unidos, China, Japão e Índia. As maiores reservas, ou seja, a disponibilidade do produto na natureza é da Arábia Saudita, Venezuela, Canadá e Irã. O Brasil possui amplas reservas, muito delas, disponíveis na camada do Pré-Sal, localizada em partes do Oceano Atlântico localizadas próximo ao litoral do país.
    Outra face importante que também tem uma ampla inserção na questão do Petróleo é a emissão de poluentes na atmosfera por meio da queima dos combustíveis derivados desse recurso. Esses poluentes, notadamente o CO2, podem proporcionar uma série de efeitos climáticos, dos quais os mais citados são a intensificação do efeito estufa e a aceleração do aquecimento global.

           
              Brasil está mais exposto à crise do petróleo, diz consultoria
         Gigantismo da Petrobrás e alto endividamento da estatal acentuam efeitos negativos do declínio das cotações sobre a economia, avalia especialista norueguês Kjetil Solbraekke.

Norueguês Kjetil Solbraekke.Foto:Revista Veja jan.2016

    A Petrobrás e a cadeia brasileira de petróleo e gás natural sofrem com o ônus do gigantismo arquitetado pelo governo do PT para a estatal. Com o mergulho das cotações do petróleo para o menor nível desde 2004, a Petrobras sente ainda mais os efeitos de sua frágil saúde financeira e do endividamento recorde, decorrentes da corrupção e da interferência política em sua administração. Não por acaso, nos meses que se passou, a estatal anunciou um corte agressivo, de 25%, em seu plano de investimentos até 2019, o que agravará ainda mais a crise na cadeia de fornecedores.                                  
     A análise sobre os efeitos nocivos da baixa cotação do petróleo sobre a Petrobrás é do norueguês Kjetil Solbraekke, diretor para a América do Sul da consultoria internacional Rystad Energy, especializada em energia. Segundo ele, se o setor de petróleo e gás fosse mais diversificado no Brasil, com presença mais robusta de outras petrolíferas e fornecedoras, os efeitos das baixas cotações seriam menores.
     Com o barril de petróleo cotado a menos de 30 dólares e a perspectiva de que o cenário não vá se alterar antes do fim do ano, os países que mais importam do que exportam têm muito a comemorar. O Brasil poderia se juntar à festa não fosse a dívida superior a 500 bilhões de reais que a Petrobrás carrega e que a impede de baixar o preço da gasolina e de outros derivados do petróleo em um primeiro momento. “A estatal sofre para não afetar tanto o seu plano de investimento porque precisa pagar bilhões de dólares em juros de sua enorme dívida, o que deixa a empresa com uma margem de manobra financeira muito limitada”, explica Solbraekke.

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