O Dia Mundial do Petróleo – 29 de
setembro – refere-se a um dos principais recursos naturais da atualidade,
utilizado como matéria-prima de combustíveis e inúmeros produtos.
O
dia 29 de setembro é destinado para a celebração do Dia Mundial do Petróleo,
data que foi estabelecida tanto para destacar a importância e centralidade
desse recurso natural para a sociedade global quanto para repensar e refletir
acerca de suas formas de exploração e uso.
O Petróleo é um recurso natural não renovável, ou
seja, com o tempo, ele poderá esgotar-se. Na verdade, o petróleo é até capaz de
ser naturalmente renovado, mas não em tempo hábil para a utilização humana, uma
vez que o seu processo de formação ocorre ao longo de milhares de anos e só
acontece a partir de condições específicas durante a constituição das bacias
sedimentares.
Por causa disso, o
Petróleo é reconhecido como um recurso de caráter estratégico, ou seja, a sua
exploração e o seu domínio podem representar um ponto chave no desenvolvimento
de uma região ou país, haja vista que a maior parte dos meios de transporte
depende dos seus derivados, tais como a gasolina, o óleo diesel e outros. Além
desses combustíveis, o petróleo também é utilizado na produção de plástico e de
alguns tipos específicos de solventes e lubrificantes industriais. Esse
recurso possui um caráter tão estratégico que, na década de 1970, foi o pivô de
uma importante crise econômica, a “Crise do Petróleo”. Primeiramente, em 1973, a
recém-fundada Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) resolveu
elevar o preço do produto diante da descoberta de que se tratava de um recurso
natural finito. Em 1979, houve o segundo choque do Petróleo, dessa vez com uma
represália dos países do Oriente Médio – os principais produtores – diante do
apoio dos países ocidentais a Israel na chamada Guerra do Yom Kippur.
Com as sucessivas altas, o impacto
na economia foi gravemente sentido em razão da elevada inflação gerada em
vários produtos, principalmente naqueles que dependiam em muito dos meios de
transporte.
Quimicamente falando, o
petróleo é um hidrocarboneto, ou seja, um composto formado por moléculas de
hidrogênio e carbono. É uma substância oleaginosa, de coloração escura e
altamente inflamável que já foi usada até mesmo para embalsamar corpos de
faraós no Egito antigo. Sua formação resulta do acúmulo de restos orgânicos de
seres vivos em áreas onde há uma intensa deposição de sedimentos, geralmente o
fundo dos oceanos, onde as camadas sedimentadas geram uma grande pressão e
condições específicas para a formação do composto. Por isso, fala-se que o
petróleo é um combustível fóssil, ou seja, de origem fóssil.
Os maiores exportadores
de petróleo são, respectivamente, Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes e o
Kwait. Os maiores consumidores são Estados Unidos, China, Japão e Índia. As
maiores reservas, ou seja, a disponibilidade do produto na natureza é da Arábia
Saudita, Venezuela, Canadá e Irã. O Brasil possui amplas reservas, muito delas,
disponíveis na camada do Pré-Sal, localizada em partes do Oceano Atlântico
localizadas próximo ao litoral do país.
Outra
face importante que também tem uma ampla inserção na questão do Petróleo é a
emissão de poluentes na atmosfera por meio da queima dos combustíveis derivados
desse recurso. Esses poluentes, notadamente o CO2, podem proporcionar uma série de efeitos
climáticos, dos quais os mais citados são a intensificação do efeito estufa e a
aceleração do aquecimento global.
Brasil está mais exposto à crise do petróleo, diz consultoria
Gigantismo
da Petrobrás e alto endividamento da estatal acentuam efeitos negativos do
declínio das cotações sobre a economia, avalia especialista norueguês Kjetil
Solbraekke.
Norueguês Kjetil Solbraekke.Foto:Revista Veja jan.2016 |
A Petrobrás e a cadeia brasileira de
petróleo e gás natural sofrem com o ônus do gigantismo arquitetado pelo governo
do PT para a estatal. Com o mergulho das cotações do petróleo para o menor
nível desde 2004, a Petrobras sente ainda mais os efeitos de sua frágil saúde
financeira e do endividamento recorde, decorrentes da corrupção e da
interferência política em sua administração. Não por acaso, nos meses que se passou,
a estatal anunciou um corte agressivo, de 25%, em seu plano de investimentos
até 2019, o que agravará ainda mais a crise na cadeia de fornecedores.
A análise sobre os efeitos nocivos da baixa cotação do
petróleo sobre a Petrobrás é do norueguês Kjetil Solbraekke, diretor para a
América do Sul da consultoria internacional Rystad Energy, especializada em
energia. Segundo ele, se o setor de petróleo e gás fosse mais diversificado no
Brasil, com presença mais robusta de outras petrolíferas e fornecedoras, os
efeitos das baixas cotações seriam menores.
Com
o barril de petróleo cotado a menos de 30 dólares e a perspectiva de que o
cenário não vá se alterar antes do fim do ano, os países que mais importam do
que exportam têm muito a comemorar. O Brasil poderia se juntar à festa não
fosse a dívida superior a 500 bilhões de reais que a Petrobrás carrega e que a
impede de baixar o preço da gasolina e de outros derivados do petróleo em um
primeiro momento. “A estatal sofre para não afetar tanto o seu plano de
investimento porque precisa pagar bilhões de dólares em juros de sua enorme
dívida, o que deixa a empresa com uma margem de manobra financeira muito
limitada”, explica Solbraekke.
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